sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Israel, o pai duma nação


   Dr. Venâncio Josiel dos Santos - Presidente da AELA/MS



Jacó era filho de Isaque e de Rebeca. Ele tinha um irmão gêmeo chamado Esaú, que se tornou o patriarca dos edomitas e dos palestinos. Por sua vez, Isaque, o pai de Jacó e de Esaú, era filho do Abraão e de Sara. Isaque tinha um irmão chamado Ismael, 13 anos mais velho do que ele, que seu pai Abraão teve com uma escrava egípcia chamada Agar. Ismael tornou-se o patriarca de todas as nações árabes. Tudo isso em decorrência da promessa que Deus fez a Abraão, de que ele seria o patriarca de “uma grande nação” (Gênesis 12.1-3; 17.1-8).
Israel foi o nome que Deus deu a Jacó, quando este tinha 97 anos de idade. Tal fato correu quando Jacó voltava com a sua família, os seus servos e os seus rebanhos para a região de Canaã, de onde saíra 20 anos atrás. E, depois de ter lutado com o Anjo do Senhor, após cruzar o vale da torrente de Jaboque, indo ao encontro de seu irmão Esaú. Devido a grande persistência de Jacó na luta, Deus mudou o seu nome para Israel, que em hebraico significa “Contendor com Deus” e em aramaico significa “Persistente com Deus”. Foi uma boa troca para ele, pois o nome “Jacó” em hebraico significa “Agarrador no Calcanhar”. E, em aramaico significa “Suplantador” (Gênesis 32.22-28).
Tempos depois, em Betel, Deus voltou a confirmar essa mudança do nome de Jacó para Israel. Dessa época em diante, tanto Jacó quanto a nação que descendeu dele passaram a ser chamados de Israel. E, esse nome estendeu-se a todos os nativos dessa nação, que são hoje conhecidos como “israelitas” (Gênesis 35.10,15; 50.2; 1º Crônicas 1.34; Êxodo 5.1,2).
Assim, coletivamente, todos os descendentes de Jacó, em qualquer período da História Secular e Universal são conhecidos como “israelitas”. Mas, também são conhecidos como judeus; hebreus; Israel; filhos de Israel; casa de Israel; povo de Israel e Estado de Israel (Gênesis 32.32; Êxodo 9.4; Josué 3.7, Esdras 2.2; Mateus 10.6; Atos 4.10; 5.35; Efésios 2.12; Romanos 9.4).
No ano de 1.728 AC uma grande fome na região de Canaã fez com que Jacó, seus familiares e seus servos fossem morar no Egito, a convite de seu filho José (Zafenate-Panéia), que era o administrador de alimentos daquela nação. Nessa época, Jacó já tinha 12 filhos varões. Cada um deles seria o patriarca de uma das 12 tribos da nação de Israel. A descendência de Jacó viria a se multiplicar no Egito, de onde sairia o povo israelita. Em seu leito de morte, o patriarca Jacó abençoou os seus 12 filhos varões, na seguinte ordem: 1-Rubem. 2-Simeão. 3-Levi. 4-Judá. 5-Zebulom. 6-Issacar. 7-Dã. 8-Gade. 9-Aser. 10-Naftalí. 11-José. 12-Benjamim. São esses os integrantes da primeira lista das tribos de Israel (Gênesis 47.1-12; 49.2-28).
A nação de Israel começou a ser reconhecida como tal depois de 430 anos habitando no Egito. Primeiramente, como convidados de faraó, por intermédio de Zafenate-Panéia, o governador de alimentos do Egito, que na verdade era José, o 11º filho de Jacó, e que tinha como mãe a Raquel, a esposa preferida de seu pai. Depois, como cativos no Egito.
Com o passar dos anos e com a fertilidade dos israelitas, o seu número foi se tornando maior do que o número de habitantes egípcios. Isso fez com que os nobres egípcios levassem ao faraó a idéia de exterminar e de escravizar os israelitas, para que eles não se tornassem mais fortes do que os egípcios e passassem a dominá-los. Eles temiam ainda que, no caso de haver uma guerra entre o Egito e uma nação vizinha, e os israelitas se aliassem aos seus inimigos, certamente que o Egito seria dominado. Assim, o Egito passou a escravizar e a exterminar gradativamente os israelitas, até que no ano de 1.298 AC, Deus comissionou a Moisés, o grande legislador, para libertar os hebreus do cativeiro egípcio.
A Bíblia Sagrada nos traz, pelo menos, oito listas das 12 tribos de Israel, originárias dos 12 filhos varões do patriarca Jacó, a saber: 1-Gênesis 35.22-27; 2-Gênesis 46.8-27; 3-Gênesis 49.3-27; 4-Êxodo 1.1-6; 5-Números 1.5-17; 6-Números 13.4-16; 7-Ezequiel 48.1-27; 8-Apocalipse 7.4-8.
Na oitava lista, em Apocalipse 7.4-8, as 12 tribos de Israel são: 1-Judá (v.5). 2-Rubem (v.5). 3-Gade (v.5). 4-Aser (v.6). 5-Naftalí (v.6). 6-Manassés (v.6). 7-Simeão (v.7). 8-Levi (v.7). 9-Issacar (v.7). 10-Zebulom (v.8). 11-José (v.8). 12-Benjamim (v.8).
A tribo de Dã, embora constante das sete primeiras listas, foi excluída da oitava desde o Êxodo, por ser uma tribo muito desobediente a Moisés. Dela foi profetizado que sairia o Anticristo. Mas, Deus prometeu que depois da Batalha do Armagedom, após a morte do Anticristo, no Milênio, Ele restauraria a tribo de Dã (Gênesis 49.17; Ezequiel 48.1).
A tribo de Efraim, embora também conste nas sete primeiras listas, também foi excluída da última lista, em razão da idolatria do seu povo. Além da idolatria, a tribo de Efraim misturou-se com outros povos. Portanto, em razão de seus pecados, a tribo de Efraim acabou por ficar fora da última lista. No entanto, pela misericórdia de Deus, a tribo de Efraim também será restaurada, logo após a Batalha do Armagedom, no Milênio (Oséias 4.17; 9.11; 13.1; Ezequiel 48.5,6).
Na última lista, as tribos e Efraim e de Dã foram substituídas pelas tribos de José e de Levi. José substituiu a Efraim e Levi substituiu a Dã, respectivamente. A tribo dos levitas foi a tribo dos sacerdotes. O profeta Moisés descendeu da tribo de Levi.
Ainda uma última observação: na sétima lista (Ezequiel 48.1-27), os nomes de Levi (os levitas) e de José (vendido no Egito) foram substituídos pelos nomes de Manassés e de Efraim, seus filhos. Mas, na última lista esses nomes reaparecem (Apocalipse 7.4-8).
Depois de libertados por Moisés, os hebreus vagaram por 40 anos no deserto, até que começaram a se instalar na Terra Prometida. Nessa época, a nação era dirigida diretamente por Deus, através de um profeta designado por ELE, que também servia como juiz do povo. O primeiro profeta de Deus e juiz de Israel foi Moisés e o último foi Samuel. Mas, o povo de Israel desejava ser “igual às outras nações da terra, que tinham um rei sobre si”. Assim atendendo ao pedido o povo israelita, Deus mandou que o profeta Samuel ungisse a Saul (filho de Cis) como o primeiro rei de Israel.


Dr. Venâncio Josiel dos Santos - Presidente da AELA/MS